domingo, 5 de fevereiro de 2012

Uma crítica ao sistema educacional brasileiro - parte 3

Quero criticar com veemência o critério avaliativo utilizado nas escolas públicas do Ensino Médio no estado do Maranhão em que o aluno, por exemplo, que tem uma média anual de três pontos ainda dispõe de oportunidade com larga chance de ser aprovado, pois numa possível prova de recuperação ele pode adquirir uma nota 7 (sete) o que anula todo o histórico degradante do aluno e lhe concede a aprovação. Temos atualmente alunos que sabedores desta possibilidade, negligenciam as aulas durante o ano e no final aparecem para fazer a recuperação obtendo "êxito". Que força tem o professor para exigir o empenho dos alnos durante o ano letivo em sua disciplina? Isto merece ser revisto pelo sistema de educação do estado.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Uma crítica ao sistema educacional brasileiro - parte 2

Podemos afirmar que no Brasil, atualmente, impera um modelo educacional equivocado ou pelo menos "desnorteado". Não há clareza do modelo de homem que se quer formar. Constata-se que há um interesse político exacerbado por parte do governo em apresentar à comunidade internacional os melhores índices o que não passa de números vazios sem a melhoria da qualidade de vida da nossa gente. Mas que atrai investimentos estrangeiros e fortalece a economia, no entanto, economia forte não significa educação forte nem tão pouco qualidade de vida. Nisto reside o equívoco dos nossos dirigentes em relação à educação e gera um dado desmotivador entre professores e alunos, implicando em um sistema educacional contemplando desde as suas particularidades até ao seu quadro mais geral.

Ressalta-se ainda, a importação de modelos educacionais implicando na queima de etapas. O Brasil tem o hábito de querer imitar. Em educação, isso não funciona, cada país tem que construir o seu modelo de educação a partir dos seus erros e acertos, ou seja, com suas próprias experiências. Precisa ser um processo gradativo de amadurecimento até ter firmeza daquilo que está fazendo. Assim aconteceu com todos os países que já alcançaram o seu estágio de desenvolvimento. Para todos, a base foi sempre a educação. Lamentamos dizer que, no Brasil, ainda não se acredita que educação gera desenvolvimento. Teoricamente até se ouve falar neste sentido, mas a prática anda muito distante.

Uma crítica ao sistema educacional brasileiro - parte 1

É um sistema atrelado à política. Um sistema relativamente novo, considerando a formação do Estado brasileiro e também a recente história da nossa democracia.

Vindo de uma ditadura militar, considero que estamos em busca de um modelo educacional que venha atender às reais necessidades do nosso povo. é fato que ainda não se tem no Brasil e ao alcance de todos uma oferta de formação cultural que atenda as aptidões particulares de cada pessoa.

É fator preocupante a luta desordenada do governo em obter os melhores índices na educação brasileira, isto acarreta em mediadas emergenciais que não são, na maioria das vezes, incorporadas pelos professores. São incentivos que contemplam os alunos e seus familiares e deixam fora o professor que é ator importante no processo pedagógico. Defendemos medidas motivacionais que venham contemplar todos os segmentos da escola pois assim todos imbuídos num mesmo sentimento trabalharão para alcançar objetivos comuns.

Recordo-me que no ano de 1998 foi deflagrada uma campanha nacional através das mídias da época intitulada "Toda criança na escola". As matrículas aumentaram, as salas de aula superlotaram, o trabalho do professor aumentou e ficou por isso mesmo. Como recompensa ao professor logo em seguida veio a determinação do governo: "O professor precisa trabalhar mais o aluno para diminuir a índice de reprovação". Exigência...

Constata-se muitos programas voltados para as famílias, alunos, melhoria dos prédios escolares, merenda escolar, implementação das tecnologias na escola, no entanto, não há investimentos na pessoa do professor. Era preferível que as tecnologias chegassem primeiro na casa do professor para depois chegarem na escola. Isto poderia acontecer através de programas especiais que privilegiassem o professor, então, uma vez internalizado por ele, a utilidade do mesmo, sentiria a necessidade de utilizá-los na sala de aula. Este seria o momento do governo enviar para as escolas. O que se vê é exatamente o contrário.

O profissional da educação não deve utilizar a tecnologia apenas para não ser visto como retrógrado e sim vendo-a como imprescindível para a melhoria da qualidade do seu trabalho.