Cheguei ao Badé por volta de 2001 onde me instalei com o propósito de desenvolver a pecuária. Desenvolvi todas as atividades que me davam suporte para isto, adquiri alguns animais que ao longo do tempo vêm prosperando.
Naquela comunidade muito me incomodava a reclamação de seus moradores sobre a dificuldade do beneficiamento da mandioca, pois teriam que se deslocar uma distância de quatro quilômetros até o povoado Paul, o que encarecia muito o transporte, pois teriam que pagar frete para transportar tanto a mandioca como a lenha. O sonho deles era que em um dia promissor pudessem ter uma fábrica de farinha no seu próprio povoado (Badé) para que, além de diminuir os gastos com o produto, pudessem também ter uma fonte de renda com as atividades que são desenvolvidas numa farinhada.
Em um povoado sem eletrificação ficava impossível a realização de tal sonho, no entanto, movido com a situação daquela comunidade, assumi o compromisso de que a farinhada seria instalada logo que chegasse a energia no povoado. Foi então que no ano de 2009, através do programa Luz para Todos do governo federal, a luz raiou no povoado Badé e logo cumpri o meu compromisso nesse mesmo ano.
Instalei uma fábrica de farinha composta de quatro fornos elétricos, uma prensa hidráulica, uma quebradeira de mandioca, uma quebradeira de massa com peneira e uma quebradeira de massa grolada. Os motores roncaram, a mandioca foi quebrada e a farinha foi torrada finalmente no povoado Badé!
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Prensa hidráulica |
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Quebradeira de mandioca |
Para garantir a patente, investi na qualidade tanto do espaço físico como da matéria-prima passando a lavar as raízes de mandioca antes de serem quebradas, sendo a única farinhada da região a ter esse cuidado com a higiene. Isto baseado na frase:
Farinha não se lava, a limpeza começa e termina na farinhada.

Isto resultou na qualidade que sobrepujou todas as demais produções da região, somando-se também com o grau de torração adequado que deixa o produto branco, crocante, tornando-se uma grosseria chamá-lo de farinha, usamos chamar
creme de mandioca.
O investimento valeu aos produtores chegarem a vender o produto com uma fatura de até 10 reais além do preço da concorrência.
Para garantir o aproveitamento total da matéria-prima, seguimos a seguinte filosofia de trabalho:
Lutamos para evitar desperdício: a mandioca pequena dá farinha igual a grande.
Isto assegurou aos produtores, na prática, que o seu produto ao chegar na farinhada seria bem cuidado e bem aproveitado.
Hoje não temos mais dúvida, é consenso entre os moradores e todo mercado consumidor de que a farinha de mandioca Badé
Esfria o que está quente
Engrossa o que está fino
Aumenta o que está pouco
E enche a pança
De fácil cultivo e manejo, aliado à qualidade do produto, além de um mercado promissor com uma valorização crescente do produto final; vem crescendo cada vez mais o plantio de mandioca na região como entendimento da filosofia:
Me plante no pó,
Me cubra bem o nó,
Me trate no limpo,
Espia, se eu minto!?
Neste ano de 2011, temos uma agenda intensiva que iniciou no mês de julho com uma projeção ao mês de outubro sem interrupção, o que comprova a credibilidade dos produtores no cultivo, no beneficiamento do produto e na sua rentabilidade crescente.
Se você quer consumir farinha de qualidade, com limpeza garantida, quebradinha e crocante: no atacado você encontra nas dependências da farinhada do Badé e no varejo você encontra no Comercial Mendes (Oscar), Comercial São Luís, Mercadinho Tenório, Comercial Barroso, Supermercado Frank. Destacando ainda que no Speto du Galdino a farinha do Badé faz parte do cardápio.
Confira mais fotos da farinha Badé: